sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Você não vale nada, mas eu gosto de você


Se a Casa da Moeda não mais emite moedas de um centavo, por que o comércio continua pondo os preços de seus produtos em R$ 9,99, R$ 12,47, R$ 83,14 ?

Ou melhor, por que a Casa da Moeda não mais emite moedas de um centavo?

Se alguém souber a(s) resposta(s), por favor me diga.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Floripa, I love you


Florianópolis é...


- comer uma sequência de camarão (espécie de rodízio) em um restaurante à beira da Lagoa da Conceição;
- perguntar para o caixa do supermercado qual o valor da compra e ele responder “doze mais quinze” (doze reais e quinze centavos);
- ver postes de luz com uma faixa central bem colorida e decorada com mosaicos de espelho, graciosamente;
- o único lugar em que o nativo se considera, com orgulho, um “mané”;
- tomar no The Black Swan Pub o melhor cosmopolitan do Brasil (claro que não tomei todos os cosmopolitans do Brasil para comparar, mas nem é preciso);
- se esbaforir na trilha para a praia de Lagoinha do Leste e, chegando lá, perceber que todo o esforço valeu a pena;
- sentar-se embaixo do guarda-sol na praia de Jurerê Internacional e sentir-se na Côte d’Azur;
- ver mais criancinhas com uma prancha de surf ou bodyboard do que com uma bola de futebol;
- esquecer que existe televisão;
- ainda estar lá e já planejar voltar no ano seguinte.


E muito mais, mas isso demanda uma análise minuciosa, coisa que parcos dias de folga não permitem...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Feliz Natal?


As lojas de eletrodomésticos estão anunciando promoções de Natal.

Os shopping centers estão com a decoração natalina praticamente pronta.

Os supermercados já vendem peru, chester e panetone.

Bob Dylan acaba de lançar o clipe de sua nova música, "Must be Santa", que faz parte de seu álbum natalino.

E ainda falta mais de um mês para o Natal. Que estranho.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Más maneiras


Se alguém não retorna sua ligação ou não responde seu e-mail, isso não é charme, é simplesmente falta de educação.

Bom, OK, nem sempre. Mas, quando não é má maneira, é porque esqueceu de retornar/responder. E, estatisticamente (não me pergunte como descobri), só em 0,1% dos casos a pessoa se esqueceu de entrar em contato com você. Nos outros 99,9%, é porque não tem consideração mesmo.

Será que a displicência acontece porque a pessoa é muito ocupada? Humm, não, não. Consultar as chamadas não atendidas e, em seguida, ligar para quem não conseguiu falar com você leva menos tempo que ir ao banheiro fazer xixi. Você não deixaria de urinar para economizar um minutinho do seu tempo, certo? Bom, a não ser operadores de telemarketing, coagidos por seu superior imediato...

E os e-mails? Não é todo mundo que acessa a caixa de entrada diariamente - incluam-me nesse grupo. Mas, quando acessa, custa informar o que é solicitado, ou telefonar? Observação: spams escapam dessa regra, merecendo ser deletados sem ao menos passar pela lixeira. Sem escala no purgatório.

Por tudo isso, acho que falta de tempo não é desculpa.

Tem quem queira se fazer de misterioso. Os que se acham importantes. Ou, resumidamente, se acham. "Daqui a uns quatro dias eu dou sinal". "Vou dizer que meu celular não registrou a chamada". A esse tipo humano, seis letras: b.a.b.a.c.a. Comportamento comum e tolerável em menores de 20 anos, porém inaceitável quando advindo dos mais velhos que isso.

Por fim, tem os que devem nos achar chatos pra caramba, não se dando ao trabalho de responder nossos pedidos e dúvidas. Mesmo nesse caso, bastaria um recado lacônico, do tipo "oi, não pude te atender aquela hora, estou meio atarefado, do que se trata?". Chato também é gente. Vai que a necessidade dele é importante? E, se não for, dê a entender que você não tem condições de ajudá-lo. Todo chato, em maior ou menor grau, tem desconfiômetro. E não insistirá.

No Messenger, até dá para compreender a falta de resposta rápida, se você está teclando com zilhões de pessoas ao mesmo tempo. Mas vale a pena mandar um "espera um pouco", ou "desculpa, estava falando com fulano".

É péssimo quando é você, e não outro, que atira a garrafa com mensagem ao mar e espera, espera, espera... Então, vamos ser corteses e responder nossos pares quando eles requisitam, OK?

Momento mea culpa: ocasionalmente sou eu a mal-educada. Mas me policio constantemente para não deixar um interlocutor no vácuo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Meu computador tem vida própria



É bom ter tudo sob controle, não é mesmo? Mas eu já devia ter aprendido, a essa altura da vida, que isso não é plenamente possível.


Hoje em dia, acho computador mais relevante que televisão. Muito mais. Aliás, os dois diferem um do outro, simplesmente, porque a televisão tem um grande potencial emburrecedor e o computador te possibilita exercitar a criatividade e descobrir coisas interessantíssimas.


Então, neste momento, eu me sinto meio perneta, pois meu belo computador, tratado com extremo esmero pela proprietária, não está funcionando. Resumindo: deu pau.


Foi a gota d'água para eu admitir que não sou dona dele, e sim ele de mim. Antes disso, se eu fosse realista, já podia ter tomado noção da encrenca: ele não aceitava certos programas que eu baixava; abria apenas os sites que lhe dessem na telha; etc... E tudo culminou para, contrariando toda e qualquer expectativa minha, ele simplesmente parar de funcionar. Saiu de férias para a Bitlândia.


Não sou do time do Open Office, mas estou começando a achar que o enfant terrible é aquele cujo nome começa com W. Com a palavra, o suporte técnico.


Enquanto isso, vou me virando pelas lan houses da vida. Tentando não perder a calma com um monte de garotinhos inquietos jogando em rede.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tá na hora (2)

Emprego ruim é igual a namoro ruim: é melhor você cair fora antes de ser dispensado.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tá na hora



Dias atrás, comprei uns kiwis no supermercado. Eles estavam verdes. Bem, eles são naturalmente verdes... O que eu quero dizer é que eles não estavam maduros.


Minha intenção era deixá-los por uns dias na fruteira, até que estivessem bons para serem degustados. Esporadicamente, eu dava umas apalpadas nas frutas para saber se já não estavam duras mais.


Acontece que eu nunca achava que os kiwis estavam no ponto. E então, num típico dia tropical, abri a geladeira e fiz uma cara de muxoxo para o que (não) estava lá. De repente, olho para a fruteira e vejo aquelas bolinhas australianas, que beleza! E lá vou eu partir um dos kiwis.


Já de início, noto alguma coisa errada. Ele está meio pastoso... Eu como um pedaço. E sinto gosto de... de... kiwi passado (é, pensei em algo para exemplificar, mas não há nada comparável). Que pena. Todos estavam imprestáveis. Foram direto da fruteira para a lixeira.


Por que essa historieta? Para dizer que ela me fez refletir que, na vida, é preciso ter senso de oportunidade. Timing. Tem muitas atitudes e decisões que nós tomamos atabalhoadamente, e viram um fiasco. Outras nós postergamos, adiamos, empurramos para depois, e, quando acordamos, perdemos o bonde (ou o metrô, para ser mais atual).


Eu sei que é muito difícil saber, exatamente, qual o momento certo para mudar de emprego, começar o curso de inglês, trocar o papel de parede da sala, decretar o fim de um namoro que perdeu a razão de ser, etc. Ainda bem que, geralmente, à medida que se envelhece, tem-se mais noção de quando tomar decisões. Sejam elas grandiosas, como mudar de país, sejam prosaicas, como comer um kiwi maduro.

sábado, 16 de maio de 2009

I'm still alive

Gente, a preguiça é uma m... Tem dois meses e meio que eu não escrevo aqui um mísero texto. O Victor, então, “móórreu” (isso é uma direta, viu?).

Então, nessa semana, uma leitora elogia nosso blog – obrigada, Laís! – e me faz ter vergonha de deixar parado algo tão legal para mim (legal também para os leitores, espero). E não me venham os cools da Internet dizer que blog é démodé, já que a moda agora é twittar. Aliás, até entrei para o Twitter, convidada pelo meu amigo Guilherme, mas, honestamente, ainda não sei mexer com aquilo. Já já aprendo.

Blog é, no fim das contas, expressão de idéias pura e simples, sem intermediários, e isso nunca vai sair de cena.

Se serve de desculpa, agora tenho acesso full time a computador. Antes dependia, na maior parte do tempo, de umas lan houses sebosas para acessar a Internet. Se também servir de desculpa, tento não expor minha vida pessoal ao postar algo aqui (e no Orkut e afins), o que restringe bastante o espectro de assuntos e me desmotiva a escrever, às vezes. Sou achista, não habitueé da Caras!

Mesmo assim, prometo que vou escrever com mais regularidade. E pôr um colorido neste blog, que está visualmente meio minimalista.

domingo, 1 de março de 2009

Indieferença



Se eu ainda fosse adolescente ou estivesse nos meus vinte e poucos anos (estou nos vinte e muitos), gostaria de ter o estilo indie. Observação: não é que alguém fora dessas faixas etárias não possa ser assim, mas acho que cabe melhor nessas épocas da vida, com o candente desejo de afirmação por meio de símbolos de originalidade, e tal.

Os indies passam a impressão de serem tão cool, donos do próprio nariz... Evidente – a origem da palavra vem do inglês independent.

Se estou batendo perna por aí e vejo vindo, no começo da calçada, alguém trajando aquele indefectível par de Converse All Star e ajeitando os óculos com armação de acrílico preto, começo a imaginar em que lugar legal ele estava, para qual está indo, o que vai fazer naquela noite, que CD’s têm na sua estante, em que apartamento interessante mora... Fico divagando se trabalha com webdesign (profissão “da hora”), se toca numa banda (de rock, claro), se tem um zilhão de amigos tão hype quanto ele... Se é mulher, onde cortou a franjinha à la Cat Power... Ai, deixa eu parar por aqui, porque não conheço bem os códigos e posso acabar falando besteira.

Bom, de imediato, é assim que eu gostaria de ser. Mas então minha máquina de pensar começa a trabalhar e me faz aceitar que, debaixo daquele agasalho Adidas, tem alguém tão mortal quanto eu, você e todos nós. Alguém que tem ciúmes da(o) namorada(o). Que acorda com mau hálito. Que ri do próprio tombo. Que malha a revista Veja, mas na primeira oportunidade que tem, dá uma lidinha.

E mais (tomara que seja raro): pode até ser um babaca. Dias atrás eu estava no supermercado, na seção de azeites, e presenciei uma cena capaz de deixar qualquer azeitona amarela de vergonha ou vermelha de raiva. Um senhor idoso não se decidia entre qual frasco colocar no carrinho. E não percebeu que tinha mais gente querendo chegar perto da gôndola. Um trivial “com licença” resolveria a questão. Mas eis que um moçoilo, indie da ponta do cadarço à ponta do cachinho, começou a esbravejar, dizer que estava com pressa, e outras coisas que prefiro não relatar. Fiquei abismada, mas foi útil para perceber que meu deslumbramento em relação aos indies não tem razão de ser. Sometimes the clothes do not make the man.

Fora isso, continuo adorando indie-rock, acho uma gracinha o All Star com paetês... E vou contratar um segurança tipo Maçaranduba, pois no fim do mês assistirei ao show de um tal Radiohead, cuja platéia deverá ter a maior concentração de indies por metro quadrado no Brasil. Estou com medo de que algum leia esse post, leve-o a mal e queira acertar as contas pessoalmente...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Como estou dirigindo?


http://www.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0


“Como estou dirigindo?”

A maioria das vezes em que leio essa frase na traseira de um veículo, o meu ímpeto é responder: “muito mal”.

Semana passada, um desses motoristas com complexo de Schumacher quase me jogou para o acostamento. Dirigia, pelos meus cálculos, a uns 150 km/h. Detalhe tragicômico: na traseira do carro, estava estampada a tal “como estou dirigindo?”.

Logo à frente, o semáforo fechou, e meu coração retumbou de alegria, pela possibilidade de fazer o patrão do sujeito pagar um mega-batráquio para ele. Se o apressadinho achava que aquela era apenas uma frase de efeito, descobriria que existem, sim, pessoas que ligam e reclamam.

Mas, ah, como é bom ser espertalhão... Resolvi anotar o telefone e o que vi foi: (62) 3265-84_ _. E não havia o nome da empresa no carro. Resultado: eu sou persistente, mas não a ponto de discar para 100 números diferentes só para descobrir onde o inconsequente trabalha. A placa, infelizmente, não consegui anotar. E assim me vi obrigada a sublimar a raiva, seguir em frente e desejar que esse louco não provocasse acidentes.

É impressionante a quantidade de motoristas alcoolizados ou simplesmente imperitos que estão soltos pelas ruas e estradas. É amedrontador. Carro é um passo para a liberdade, mas é também uma máquina de matar. Depende do modo como o usamos. Vamos dirigir com responsabilidade, gente.