Antes de tudo, aviso: não tenho “tecnofobia”. Pelo contrário, adoro Informática e gadgets interessantes.
Acontece que os MP3 players e aparelhinhos afins tiraram parte da emoção de ouvir música. Você entra no ônibus, e, para não ter de escutar aqueles laxantes sonoros entoados por duplas sertanejas, saca da bolsa ou do bolso seu tocador de MP3. E quando, na ante-sala do consultório médico, você já antevê os 54 minutos e 47 segundos sentado antes de adentrar a sala do Dr. Sou-Muito-Importante-E-Os-Interessados-Que-Mofem-Esperando? Idem.
Tudo isso muito fácil, não é? Basta ligar o aparelho, buscar Elephant Gun (olha só, gente, Capitu é minha amiga de infância!), e pronto. Ah, seu espírito está mais para London Calling? Vá até o “T” – The Beltranos, The ..., The ..., (aperta mais uma vez), The Clash. É o equivalente moderno do ato de fazer crochê. Com a (des)vantagem de podermos ficar completamente estáticos.
Nem vou entrar, aqui, na discussão de que iPods e congêneres estão fazendo o individualismo na sociedade contemporânea recrudescer, como pensam alguns. Aquela questão de que fulano põe os fones de ouvido e passa pelos outros sem dar bom dia. Não, eu me atenho apenas ao fato de que quase não existe mais o elemento surpresa, quando se ouve música.
Uma das coisas que mais me enternece é, numa madrugada de insônia qualquer, ligar o rádio ao acaso e ouvir aquela música maravilhosa, que estava guardada em alguma gavetinha do meu subconsciente. Entre escutar uma canção assim e escolhê-la, deliberadamente, no MP3 player, a primeira situação é muito mais deliciosa.
É mais ou menos a mesma diferença entre marcar um encontro com quem você gosta, na certeza de que tal pessoa irá, e encontrar ela por aí, inusitadamente.
OK, tanto nesse caso como no da música, em ambas as ocasiões o objetivo final é alcançado – a música é ouvida e o ser querido é visto.
Acontece que os MP3 players e aparelhinhos afins tiraram parte da emoção de ouvir música. Você entra no ônibus, e, para não ter de escutar aqueles laxantes sonoros entoados por duplas sertanejas, saca da bolsa ou do bolso seu tocador de MP3. E quando, na ante-sala do consultório médico, você já antevê os 54 minutos e 47 segundos sentado antes de adentrar a sala do Dr. Sou-Muito-Importante-E-Os-Interessados-Que-Mofem-Esperando? Idem.
Tudo isso muito fácil, não é? Basta ligar o aparelho, buscar Elephant Gun (olha só, gente, Capitu é minha amiga de infância!), e pronto. Ah, seu espírito está mais para London Calling? Vá até o “T” – The Beltranos, The ..., The ..., (aperta mais uma vez), The Clash. É o equivalente moderno do ato de fazer crochê. Com a (des)vantagem de podermos ficar completamente estáticos.
Nem vou entrar, aqui, na discussão de que iPods e congêneres estão fazendo o individualismo na sociedade contemporânea recrudescer, como pensam alguns. Aquela questão de que fulano põe os fones de ouvido e passa pelos outros sem dar bom dia. Não, eu me atenho apenas ao fato de que quase não existe mais o elemento surpresa, quando se ouve música.
Uma das coisas que mais me enternece é, numa madrugada de insônia qualquer, ligar o rádio ao acaso e ouvir aquela música maravilhosa, que estava guardada em alguma gavetinha do meu subconsciente. Entre escutar uma canção assim e escolhê-la, deliberadamente, no MP3 player, a primeira situação é muito mais deliciosa.
É mais ou menos a mesma diferença entre marcar um encontro com quem você gosta, na certeza de que tal pessoa irá, e encontrar ela por aí, inusitadamente.
OK, tanto nesse caso como no da música, em ambas as ocasiões o objetivo final é alcançado – a música é ouvida e o ser querido é visto.
Mas continuo pensando que aquele rádio-relógio sobre o criado-mudo, à esquerda da cama, já descorado, testemunha de meus despertares cheios de resmungos na época do colegial, é a melhor jukebox aleatória que já inventaram.