domingo, 30 de novembro de 2008

E as mocinhas sumiram da janela

Eu sou de Jandaia. Pronto. Contei. Cresci numa corrutelinha que de parruda não tinha nada. Essa é a verdade. Ocorre que não aprendi ainda todos os códigos da cidade grande. Ainda me pego assuntando nas mocinhas que ficavam na janela nos meus tempos de menino - tá certo, não era bem assim, mas, como quem escreve esse post sou eu, a gente fica entendido. Era mais ou menos assim: a gente beirava as amigas da moça pela qual a gente tinha interesse e ia curiando até ela ceder um sorriso. Depois, era fazer a combinação para dar umas encastoadas atrás da igrejinha da praça.

A Renatinha tem razão na diversidade que habita o povo do interior e o da cidade. Mas eu peguei os bailinhos alumiados por lampião - que tinha de ficar ligado no mínimo para durar até o sol raiar - e as mocinhas de vestidinho até o joelho. Posso contar dessa vidinha roceira- que considero, sim, idílica -, da qual fico aqui garrado a macerar nas lembranças.

Então, uma campanha aqui se faz necessária: Voltem as mocinhas para a janela. Esse trem de paquerar por messenger é um saco. Vamos fazer um movimento na internet para que os namorados se chamem de benzinho e a corte seja mais sutil. Nada de escancarar. Sem romantismo besta. Só tentar resgatar uma certa ingenuidade nas relações que faz falta nessa aparência calculada que toma conta dos nossos dias. Vamos encasquetar de fazer serenata nas janelas e se deixar encantar pelo outro com suspiro; dançar a ciranda e prosear sobre as coisas simples da vida. Não acha que isso funciona melhor?

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